Nesta seleta de contos, organizada de forma inédita pela Trinca, o genial Fernando Pessoa apresenta um lado seu pouco conhecido.
Experimentando o gênero policial, Pessoa desenvolve sua paixão por enigmas, lógica e análise psicológica.
Sua criação, o detetive Abílio Quaresma, descrito como um “decifrador” e inspirado nos clássicos Sherlock Holmes e Auguste Dupin, é uma celebração das capacidades dedutivas da consciência humana.
O primeiro romance policial de Portugal. Escrito em forma de cartas enviadas ao jornal, a história acompanha dois cavalheiros, um médico e um escritor, que, em uma manhã tranquila viajando pela estrada de Sintra, são sequestrados e levados a uma casa isolada.
No local, um cadáver estrangeiro e sujeitos excêntricos estão a sua espera. Uma intricada trama de segredos sombrios, traições e vingança é, aos poucos, revelada.
A obra oferece, também, uma sutil crítica aos costumes da época, satirizando a alta sociedade portuguesa.
Em uma comunidade até então pacata, um crime chocante desestabiliza os moradores.
Quatro ladrões mascarados, equipados com uma metralhadora, atravessam o interior gaúcho num misterioso carro fantasma realizando assaltos.
Era o momento ideal — por receio da instabilidade política brasileira dos anos 30, os colonos italianos haviam retirado suas economias do banco.
As autoridades começam, então, uma minuciosa investigação em busca do paradeiro dos bandidos.
Tentar descobrir quem é o culpado aprimora o raciocínio lógico e a observação minuciosa. A resolução do mistério torna-se um jogo mental, e é gratificante descobrir a verdade ao final da leitura.
O gênero oferece uma experiência multifacetada, com discussões sobre poder, classe social e ética. Muitos autores possuem uma veia crítica e sabem satirizar os costumes do período de forma bem-humorada.
Narrativas policiais apresentam dilemas morais complexos — assim como os detetives, os vilões são construídos com motivações e nuances psicológicas.